quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ensinamentos de um cabeleireiro



Hoje cortei o cabelo. Normalmente fico enrolando pois nem sempre chego em casa cedo e acabo não pegando nenhum salão aberto. Costumo sempre cortar próximo à minha casa. Hoje consegui.
É a segunda vez que corto com este cabeleireiro. Um senhor de meia idade, parece já estar na profissão há alguns bons anos. A recepção não foi muito calorosa. Cheguei, salão vazio, ele escovando os dentes. Deixo minhas coisas na mesa em frente à cadeira. Aguardo ele terminar de escovar os dentes. Ele me pergunta: "o que deseja?". Não respondi nada. Convenhamos, foi uma pergunta desnecessária. Pensei até em perguntar se ele vendia caldo de cana, mas deixei pra lá.
Da primeira vez que cortei já tinha notado uma característica neste senhor. Ele costuma ser bem detalhista, tranqüilo. Corta com muito cuidado e zelo. Fiquei observando. Não falava nada, o rádio não estava ligado. Só ouvia barulhos de carro passando e a tesoura cortando. Fazia aquilo com tanta maestria, cuidado e seriedade que parecia que não havia mais nada no mundo. A atenção dele estava totalmente focada em mim. Me senti muito especial. Fiquei pensando em Eckhart Tolle e o poder do agora, no budismo e na importância de estarmos engajados em nossas profissões. O engajamento está diretamente relacionado com a felicidade.

“A satisfação está no esforço e não no resultado final”. Gandhi