domingo, 12 de junho de 2011

Amor, obreiro amor.




Penso neste sentimento na intenção de quebrar a couraça que envolve meu coração. Primeiro tento definir. Difícil. O Aurélio não me ajuda. Penso em outro tipo de amor, em algo maior do que encontro no dicionário. Alguns personagens me vêm na cabeça. Primeiro aparece Jesus e seu vasto ensinamento, depois vem Paulo de Tarso com sua disciplina e dedicação à causa do bem e do amor, em seguida Emmanuel e seus romances que para mim são hinos de amor em forma de histórias. Outros nomes aparecem em minha mente. Não preciso citar todos. Pronto, parece que já estou mais perto de Deus. Me parece que encontro o fio da meada para escrever o que quero. O amor. Se estas grandes personalidades falaram tanto deste sentimento, deve ser porque tem alguma coisa muito profunda e que ainda não consigo alcançar. É a casca, a couraça. Taquicárdico e seco em muitos momentos, preciso me libertar. Não consigo ir mais além. Tenho dificuldade em me concentrar. Parece que minha mente tenta se esquivar perante um assunto ainda tão imenso e tão complexo para mim. Lembro de Chico e suas lições de humildade e caridade. Afinal, caridade não é o amor que auxilia? E o ato de eu filosofar nestas palavras também não é o amor que pensa? Acho que se continuar pensando assim verei amor em tudo. Talvez esteja no caminho certo. Tento pensar no meu dia-a-dia. Como é difícil enxergar amor em todas as coisas. Acho que a dificuldade na verdade está no observador. Tudo é amor. Talvez depurando esta casca, meu coração mandará mais sangue para minha visão e talvez eu consiga aposentar minhas velhas lentes embasadas e cheias de arranhões. Afinal, o sangue não é o amor em formato líquido? Sangue que percorre a extensão do nosso corpo e propicia nossa estadia neste mundo de amor.
Reflito mais um pouco: acho que é mais fácil pensar no amor aplicado (a algum propósito específico) do que no amor puro. Este último, o amor puro em sua vasta extensão, figura ainda muito distante de mim. Já o amor aplicado, graças a Deus, tenho muitos bons exemplos. Falarei especificamente de dois. O primeiro se chama Ivy. Este é o nome da minha filha, que está com 8 meses no ventre de sua mãe, minha esposa. Foram longos anos de convivência, nos conhecendo e ratificando o propósito de gerar uma família. Ivy, obra do amor.
O segundo exemplo é também uma obra de amor. Diria que não só uma construção física, mas a materialização de um sonho, de um ideal. Fruto de um trabalho de longa data também. Afinal, ideal não é o amor que se eleva? E o trabalho, não é o amor que constrói? Pois o amor construiu, como se pode ver na foto acima. Esta construção é uma creche que atenderá crianças de diversas idades e um espaço que servirá de apoio ao ensino, prática e difusão da Doutrina Espírita no bairro Arlindo Vilasch, no município de Viana. Esta foto foi tirada hoje, data em que se iniciaram parcialmente as atividades e que também simbolicamente se comemora o dia dos namorados. Foi um presente de uma namorada à sua alma afim. Um presente mais altruísta, em que toda a humanidade é beneficiada. É o amor se expandindo.
  
“O amor se expande como força co-criadora, estimulando todas as expressões e formas de vida. Possuidor de vitalidade, multiplica-a naquele que o desenvolve quanto na pessoa a quem se dirige. Energia viva, pulsante, é o próprio hálito da Vida a sustentá-la.” (O homem integral)

“O amor é o poder criador mais vigoroso do que se tem notícia no mundo. Seu vigor é responsável pelas obras grandiosas da humanidade. (...) O amor é a vibração de Deus que perpassa em todas as coisas do Universo.” (Autodescobrimento: uma busca interior)

“O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado.” (Amor, imbatível amor)

(algumas citações de Joanna de Ângelis sobre o tema amor)

3 comentários:

  1. Oi, Léo. Não sei se minha intromissão é bem-vinda, mas, de todo modo, acho que há ferramentas no blogger para excluir comentários indesejados.
    Só gostaria de registrar que leio seus textos, e que estou gostando do que vejo. É minha maneira de ficar um pouco mais perto de um irmão de quem me afastei fisicamente. Deus abençoe você e a sua família. Principalmente a Ivy, que já está chegando.
    Parabéns pela creche. Deus multiplique a iniciativa altruísta de vocês e recompense sobejamente a sua caridade.

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  2. Ah, sim: belo texto e bela reflexão sobre o amor. Gostei particularmente da distinção (que, no fundo, enseja uma síntese) que você faz entre o amor puro, hipostasiado, e os exemplos de amor aplicado. Bem platônico. Eu sei que você admira o cara, hehe. Dá pano pra manga esse seu pensamento.
    Abração, cara. Saudades.

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  3. Que lindo texto Léo!

    O amor foi tão grande que tocou também minha alma com belas emoções expressas em palavras.

    Abraços para a família: Léo, Nanda e Ivy!!
    Flavia Salles

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